sexta-feira, junho 28, 2013

Um Homem na Cidade / nos 50 anos de carreira de Carlos do Carmo


Eu sou o homem da cidade
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.
 

O amarelo da Carris

vai da Alfama à Mouraria,

quem diria.

Vai da Baixa ao Bairro Alto,

trepa à Graça em sobressalto,

sem saber geografia.
 
 





Namorados de Lisboa,
 à beira Tejo assentados,
 a dormir na Madragoa.
 Namorados de Lisboa,
 num mirante deslumbrados,
 à beira verde acordados.
 Namorados de Lisboa...




Num carreirinho aberto pela espuma,
la vai o Cacilheiro, Tejo à solta,
e as ruas de Lisboa, sem ter pressa nenhuma,
tiraram um bilhete de ida e volta.

Excertos de poemas de José Carlos Ary dos Santos para Um Homem na Cidade; temas musicais de José Luís Tinoco (Um Homem na Cidade e O Amarelo da Carris), Fernando Tordo (Namorados da Cidade) e Paulo de Carvalho (O Cacilheiro); repertório de Carlos do Carmo.
Capa de um disco de Carlos do Carmo. Fotos Beco das Barrelas / D.R.

terça-feira, junho 25, 2013

Lisboa continua na moda


Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rossio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.
Álvaro de Campos

 
Portugal foi considerado o melhor país para viajar e Lisboa é candidata aos prémios de melhor destino europeu, melhor destino europeu de cruzeiros, melhor porto europeu e melhor “city break”, ou seja, para viagens curtas. As festas da capital são recomendadas pela imprensa norte-americana como um acontecimento a não perder.

Milhares de turistas chegam, diariamente, a Lisboa, a maior parte de avião, mas cada vez mais em cruzeiros. Estes ficam menos tempo, mas aproveitam-no para visitar a cidade, fazer algumas compras e apreciar a gastronomia.
Os turistas deixam a capital, por norma, satisfeitos e com vontade de voltar.
Quem chega de avião fica mais tempo. Só no ano passado, passaram por Lisboa quatro milhões de turistas.


Os espanhóis continuam a ser os que chegam em maior número, seguidos dos brasileiros, que são os que mais gastam em artigos de luxo. Franceses, alemães, italianos e britânicos também se sentem cada vez mais atraídos por Lisboa, que chama outros turistas: os que têm mais dinheiro e que, até há pouco tempo, eram escassos.

A oferta em Lisboa é significativa: há 17 mil quartos em mais de 150 hotéis à espera de ocupantes.


 
Veja também:

segunda-feira, junho 24, 2013

Felizmente há Lua e Luar




 

 
 
 
 
 
 
 
 
A Lua esteve a noite passada 30 por cento mais brilhante… porque estava mais próxima da Terra: 50 mil km mais perto do que o habitual.

O fenómeno causou grande agitação e entusiasmo nas ruas e às janelas de Lisboa e nas redes sociais.
E em Agosto, atenção ao planeta Marte; pela proximidade com a Terra será visível a olho nu e do tamanho da Lua.

sábado, junho 22, 2013

Lisboa acontece


Rostos do Muro Azul



Autor: Jaime Ferraz

De 26 a 30 de Junho, no muro que delimita o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, na Rua das Murtas, vão surgir 13 novas intervenções artísticas, sob a temática do rosto.
A 3ª fase do concurso “Rostos do Muro Azul”, promovido pela Galeria de Arte Urbana, selecionou 13 maquetas de arte viva das ruas.
De 26 a 30 de Junho, na Rua das Murtas, será possível assistir à execução dos trabalhos dos artistas ao vivo.
Veja todos os trabalhos selecionados e saiba mais no endereço da Galeria de Arte Urbana


Fado e “fadistices”
Visita guiada pelo fado da Mouraria, promovida pela equipa “Lisboa Autêntica”. Com início às 19 horas, na sexta-feira, 28 de Junho, e duração de 2h e 30m, partindo ca Capela da Senhora da Saúde, a visita segue um roteiro pelos locais mais emblemáticos do bairro da Maria Severa e, já agora, do Fernando Maurício. No final, para recuperar do passeio a pé, a visita dá direito a caldo verde e chouriço assado numa das casas mais castiças de fado vadio.

Lisboa na rede Délice
A capital de Portugal é o mais recente membro da rede Délice, rede mundial de cidades gastronómicas, tendo sido admitida no passado dia 10 de Junho, em cerimónia na Câmara de Lyon.
A rede Delice é constituída por 19 cidades que fazem da gastronomia parte integrante do seu património. Como assinalou recentemente o presidente da rede, o francês Jean-Michel Daclin, “o futuro das nossas cidades passa pela qualidade da nossa alimentação. Do bem-comer ao bem-viver vai apenas um passo”.
Ao integrar a rede Délice, Lisboa juntou-se a cidades como Barcelona e Madrid, Bruxelas e Lyon, Chicago e Osaka, Rabat e Saint-Louis.

quinta-feira, junho 20, 2013

A Casa da Liberdade abre em Novembro


A Casa da Liberdade - Mário Cesariny recupera e expõe as obras de “Os Surrealistas”, mais de seis décadas depois da exposição dos Surrealistas de Lisboa.
A Casa foi pré-inaugurada para esta exposição mas, segundo notícia da RTP, só abrirá em definitivo em Novembro.
 
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante *

A Casa da Liberdade - Mário Cesariny está e vai ficar no coração da Lisboa antiga e culta: na Rua das Escolas Gerais, sobre Alfama.

Tantos pintores...
A realidade, comovida, agradece
mas fica no mesmo sítio
(daqui ninguém me tira)
chamado paisagem

Tantos escritores
A realidade, comovida, agradece
e continua a fazer o seu frio
sobre bairros inteiros na cidade
                                                 e algures *

* Excertos de dois poemas de Mário Cesariny

terça-feira, junho 18, 2013

Fado sem fronteiras


Amália, a primeira grande embaixadora da canção urbana de Lisboa, levou o Fado ao Mundo. E o Fado por lá ficou, nos conhecimentos, nos hábitos e nos gostos musicais. E até mesmo em novas experiências de criação.

Já aqui retivemos Il Fado, do italiano Eugenio Finardi, como também o Fado, de Caetano Veloso. Hoje chega-nos o Fado na modalidade Soviet naif, cantada por sopranos com cordas de violino por acompanhamento. É a velhinha Canção do Mar, com letra de Frederico de Brito e música de Ferrer Trindade, para a voz inigualável de Amália Rodrigues. A gravação original é de 1955, na banda sonora do filme Os Amantes do Tejo.
Claro que as educadas vozes russas não chegam aos calcanhares do sentimento de Amália, como as cordas dos violinos moscovitas não chegam às veias das cordas de uma guitarra portuguesa quando dedilhada por dedos de mestre.

Mas a intenção é boa. Ouçamos:

segunda-feira, junho 17, 2013

Bica: o Tejo à janela e o elevador à porta


Alguém disse um dia que os moradores do bairro da Bica têm o Tejo à janela e o elevador à porta. O bairro, um dos mais pequenos de Lisboa, tem a linha do funicular como espinha dorsal e tanto sobe e desce no sentido Norte-Sul, entre o Calhariz e São Paulo, como no sentido Nascente-Poente, numa quadrícula onde se cruzam a Calçada da Bica Pequena, o Beco dos Aciprestes, o Largo de Santo Antoninho, a Rua da Bica Duarte Melo, a Rua do Almada e ainda calçadas, escadinhas e becos.

Contam os estudiosos da história da cidade de Lisboa que a formação do território do bairro se deve a sucessivos aluimentos de terras do Alto de Santa Catarina e do Alto das Chagas, no século XVI. No final do século XIX, a instalação do funicular, descendo e subindo entre o Calhariz e São Paulo, deu ao bairro da Bica o seu logótipo. Mesmo quando o funicular está parado por avaria.


A Bica tem tradição bairrista e vida de bairro, com origem na vida comum dos seus habitantes originais: pescadores e mareantes, varinas.
E tem coletividades e associações onde os vizinhos convivem e participam, como o Grupo Desportivo Zip-Zip, o Marítimo Lisboa Clube, ou o Grupo Excursionista “Vai Tu”, com as suas noites de fado. É o bairro que adotou Fernando Farinha, natural do Barreiro, como “miúdo da Bica”, o bairro de Manuel de Almeida, que cantava o “Corrido” como ninguém, o bairro que ouviu cantar o Marceneiro, num recanto do Largo de Santo Antoninho.

Este ano, a Marcha da Bica subiu ao pódio das Marchas de Lisboa, em 3º lugar. No seu historial, a Bica venceu oito vezes as Marchas. E rezava assim a letra de uma velha Marcha da Bica: “A Bica brilha / Que maravilha / Veste-se de poesia / E de ternura…”

Texto e fotos Beco das Barrelas

sexta-feira, junho 14, 2013

Rota dos Príncipes demanda Lisboa


Os catamarãs inscritos na "Rota dos Príncipes" chegaram no dia de Santo António e vão permancer três dias no porto de Lisboa.

A competição começou em Valência e vai terminar em Inglaterra no final deste mês. O objetivo desta regata internacional é promover o desporto nas festas populares por onde passam as tripulações.
 


 












As embarcações levaram três dias a percorrer 794 milhas entre Valência e Lisboa. Os catamarãs ficam atracados na Doca do Espanhol (nas fotos) e no Cais das Colunas.

Fotos Francisco João. D. R.

quinta-feira, junho 13, 2013


Alfama venceu Marchas de Lisboa

O bairro de Alfama foi o vencedor da edição deste ano das Marchas Populares de Lisboa, anunciou a empresa municipal responsável pelos equipamentos e pela animação cultural.
Depois de conquistar o primeiro lugar durante dois anos consecutivos o bairro do Alto do Pina ficou na segunda posição com 230 pontos, menos 24 pontos que o vencedor e mais dois pontos que o bairro da Bica, que conquistou a terceira posição.

quarta-feira, junho 12, 2013

Nós, Pimba


LISBOA PIMBALINA

Lisboa e os lisboetas ficaram a saber por anúncios comerciais na televisão que a Praça do Comércio vai uma vez mais ser transformada por um hipermercado em grande superfície para vender produtos agrícolas e música pimba.
O chamado mega piquenique realiza-se ainda dentro do calendário das Festas de Lisboa e novamente na Praça do Comércio, depois de ter ocupado a Rotunda do Marquês de Pombal e parte da Avenida da Liberdade.
A Praça do Comércio, anteriormente designada por Terreiro do Paço, é uma das maiores praças da Europa, com cerca de 36 000 m² (180m x 200m). É a principal Praça de Lisboa, pela sua dimensão, monumentalidade e pelo papel desempenhado na história da cidade e do País.
Então e nós? Nós, Pimba!

segunda-feira, junho 10, 2013

Camões, a tença, o País e o 10 de Junho

Rua do Instituto Bacteriológico

Irás ao Paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce
Sophia de Mello Breyner Andresen


Beco do Tronco, cadeia de Lisboa
no século XVI
“Nascido em 1524 ou 1525, provavelmente em Lisboa, de uma família da pequena nobreza, embora decaída e pobre, reconhece-se na sua obra uma educação escolar que pode considerar-se esmerada (…) Quando novo, rodou na órbita de centros aristocráticos (talvez mesmo a corte) e frequentou ao mesmo tempo a boémia desregrada de Lisboa. As suas cartas mostram-no envolvido em brigas noturnas entre bandos, com outra fidalgos arruaceiros e com mulheres fáceis do Bairro Alto (…) Provavelmente a sua condição de fidalgo pobre e desprotegido é que o obrigou (…) a preferir a carreiras das armas à das letras (…) Em 1550, à semelhança de muitos fidalgos sem recursos, alistou-se para a Índia, mas não chegou a embarcar: uma rixa em que deixou ferido um funcionário do Paço atirou-o para a cadeia, donde, meses depois, saiu perdoado, atendendo a que era pobre e ia servir o rei na Índia.


Calçada de Santana
“A estadia no Oriente foi acidentada (...) Um amigo nomeado como capitão para Moçambique promete-lhe emprego e adianta-lhe o pagamento das passagens, mas é provável que isso lhe servisse principalmente como escala de regresso (…) Aqui chegou em 1569; trazia na bagagem Os Lusíadas, que logo tratou de editar.  Após a publicação d’Os Lusíadas (1572) alcançou uma tença trienal, aliás modesta, e nem sequer paga com regularidade (…) Os últimos anos foram de miséria, segundo os testemunhos mais próximos. O seu enterro (1579 ou 1580) teve de ser feito a expensas de uma instituição de beneficência”.

António José Saraiva / Óscar Lopes, História da Literatura Portuguesa,
Porto Editora, 11ª edição

Fotos Beco das Barrelas / D.R.


                                    Ver também: Com que Voz

sábado, junho 08, 2013

Sábado sem sol


Dançando na chuva // E cantando essa loa // Na Cidade Alta // Da velha Lisboa // Lembrei o poeta // Fernando Pessoa // A chuva chovia // Mas eu tava à toa // A chuva chovia // Mas eu tava à toa // Que a chuva chovesse // Ou virasse garoa // Dançando na chuva // E cantando essa loa.
Alceu Valença, “Loa de Lisboa”

Verão à vista, Festas da Cidade na ordem dos dias, em Junho, e de súbito no calendário chove este sábado de chuva miudinha, de qualquer modo a desautorizar o ditado que diz “não há sábado sem sol”. Mais difícil, pelos vistos, será não haver domingo sem missa nem segunda sem preguiça”.

 
 
O tempo anda desgovernado, tantas e tais lhe fizeram. Não haverá nunca mais quatro estações do ano, a não ser nos andamentos de Antonio Vivaldi: o Allegro Pastorale da Primavera, o Presto do Verão, o Adagio molto do Outono, o Largo do Inverno.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Fernando Pessoa está sentado à chuva na esplanada da Brasileira. Dentro do café está o Almada. Ou esteve”. Pessoa, que “decilitrou em balcões de muita Lisboa, continua na esplanada à chuva e para mais sem copo”.
José Cardoso Pires, “Diário de bordo”
 
Fotos Beco das Barrelas / D.R.


quinta-feira, junho 06, 2013

Bertrand Chiado: ... e também temos livros


Um inquérito online, promovido pela Associação de Editores e Livreiros (APEL), no âmbito do programa “Ler em Todo o Lado”, concluiu que a Bertrand do Chiado é a livraria preferida na cidade de Lisboa.
A Livraria Bertrand, na rua Garrett, foi fundada em 1732 por Pedro Faure e, em 2010, foi considerada a mais antiga livraria em atividade, pelo Guiness Book.
Com 281 anos de vida, a Bertrand do Chiado, como diz na sua própria publicidade tem um longo historial : “Assistimos a um terramoto, a uma guerra civil, a 9 reis, a um regicídio, a 16 Presidentes, a 48 primeiros-ministros, a 3 Repúblicas, a 6 golpes de Estado, a duas guerras mundiais, à queda do Muro, à unificação da Alemanha, à entrada do euro… e também temos livros sobre o assunto”.
 
Pelos seus balcões e pelas suas salas passaram nomes como José Fontana, que foi empregado e ali se suicidou em 1876, Alexandre Herculano, vários intelectuais da denominada “geração de 70”, como Oliveira Martins, Eça de Queiroz, Antero de Quental e Ramalho Ortigão. Aquilino Ribeiro, falecido há 50 anos, foi frequentador assíduo da Bertrand, e a livraria criou um espaço denominado Cantinho do Aquilino.

Ler devagar
No segundo lugar classificou-se a Livraria Pó dos Livros, na avenida Marquês de Tomar, fundada em 2007, e no 3.º, a Ler Devagar Lx Factory, em Alcântara-Mar, aberta desde 2009, e que arrecadou também o Prémio Melhor Ambiente. O 4.º lugar foi para a Livraria Ferrin, no Chiado, e o 5.º, para a Leya na Barata, na avenida de Roma. O Prémio Melhor Atendimento foi para a Livraria Ler, em Campo de Ourique, que foi fundada em 1970.

Breco das Barrelas / D.R.

quarta-feira, junho 05, 2013

Retratos do Fado nas ruas da Mouraria


A Mouraria tem a Rua do Capelão como símbolo e matriz do Fado, e uma guitarra como signo à entrada do bairro. E a Maria Severa como simbólica e mítica residente. Mas não só.

Na Mouraria nasceram Argentina Santos, hoje com 89 anos, e Fernando Maurício, já falecido, e a quem chamavam “O Rei”. Argentina estabeleceu-se em Alfama, na sua Parreirinha, e Maurício ficou muito ligado ao fado “Na Igreja de Santo Estevão” (letra Gabriel de Oliveira, música Joaquim Campos, Fado Vitória), uma das duas freguesias de Alfama, embora seja injusto amarrar a memória de tão grande fadista ao lastro de um único fado.

O despique mantém-se de há longos anos: Mouraria e Alfama disputam entre si a origem do Fado, tal como disputam o título de mais antigo bairro de Lisboa.

E a Mouraria tem agora, ao longo das ruas do bairro e como seu tributo, uma verdadeira galeria de “retratos do Fado”. E lá estão A Rainha e O Rei, Amália Rodrigues e Fernando Maurício, de braço dado à frente de uma marcha popular; e Fernando Maurício, a solo num esboço em memória do artista: “O Fado era o seu bairro e a Mouraria a sua casa”; lá está um esboçada, de costas, a figura mítica da Severa, pintada digitalmente sobre esboço de grafite por João Pedro Pinto; e lá estão muitos mais que se descobrem ao virar de cada esquina.

Faz bem a Mouraria em recuperar o bairro
associando-o à sua memória.
 

 
Texto e fotos Beco das Barrelas / D.R.

Veja também:
 

 

segunda-feira, junho 03, 2013

A Severa voltou a morar na Mouraria


Em 12 de Julho de 2012, ainda não há um ano, num dos primeiros textos do Beco das Barrelas - um blogue para quem ama Lisboa - lamentávamos o abandono a que estava votada a casa da Rua do Capelão, na Mouraria, em que teria vivido Maria Severa.

O texto intitulava-se “Requalificação da Mouraria? Bem precisa” e destacava o exemplo da casa onde a tradição diz que viveu a Severa, concluindo que “a memória e o culto de um símbolo do fado mereciam viver para sempre com outra dignidade e reconhecimento.”

Menos de um ano depois, a casa onde terá vivido Maria Severa Onofriana está reconstruída e devidamente assinalada, o que nos apraz registar.
Maria Severa, a Mouraria e Lisboa bem merecem.

Leia também, o texto com data de 12 de Julho de 2012

Texto e fotos Beco das Barrelas / D.R.

sábado, junho 01, 2013

Começaram as Festas

Largo da Severa, Mouraria

“Não sentes um vago um suave cheiro a sardinhas
a algazarra nas ruas e o troar dos tambores
somos nós querida Europa”
Fausto Bordalo Dias, Para Além das Cordilheiras

Os enfeites, os aprestos e petrechos ficaram prontos a tempo. Os turistas desataram a chegar em maiores carregamentos. As Festas de Lisboa começaram.  

A azáfama era grande, porque as Festas também gerem questões de brio, embora o “carrapito” seja a mola real de tudo. Mas à última dá-se sempre pela falta de qualquer coisa que falta mesmo ou, pelo menos, que poderia melhorar a gestão e a logística da festança: 30 dias, sempre a abrir.
Rua da Adiça, Alfama


Tudo se organiza, desde os primeiros tempos, em torno do trono e do culto de Santo António, visto como casamenteiro, associado a ritos de fertilidade - ainda haverá quem queime as alcachofras? E quando o Santo António já se acabou vêm o São João e o São Pedro, para que o mês de Junho seja inteirinho de Festa, com sardinhas, manjericos, balões, músicas e marchas populares.

E turistas por todo o lado
Segundo o guia de viagens britânico Lonely Planet, as festas em honra de Santo António, em Lisboa, são um dos melhores festivais do mundo a decorrer no mês de Junho. Segundo o site do guia, “as ruas sinuosas e as escadas inclinadas de Alfama, o bairro mais antigo da cidade, enchem-se do cheiro a sardinhas a serem assadas no exterior de pequenas casas e restaurantes”. Mas não só. As Festas constituem “uma folia generalizada, uma alegria, festejada numa das cidades mais bonitas da Europa".

Lisboa não pode deixar-se embalar com tantas distinções que recebe.

 
Texto e fotos Beco das Barrelas / D.R.