quarta-feira, julho 30, 2014

Diz que é uma espécie de praia

Quando vi a "praia urbana" do Jardim do Torel, na antevéspera da inauguração, disse cá para mim que aquilo era apenas uma espécie de praia, um tanque com uma caixa de areia pela frente.
Depois lembrei-me que toda a vida vi miúdos sem praia desta Lisboa a refrescarem-se no Verão em tudo quanto são chafarizes da cidade, a molharem os pés em tudo quanto são fontes, a mergulharem de chapa nos tanques, a nadarem nos lagos.
E fiquei a pensar que afinal vai haver ali, no Jardim do Torel - já de si tão belo, fresco, deslumbrante de vistas -, uma praia em Lisboa para miúdos sem praia.
Bem vindos à praia urbana. Vai haver mais, para além do Torel.

Leia a notícia aqui: Ou aqui

Foto Francisco, texto João, Beco das Barrelas / D.R.

sábado, julho 26, 2014

A voar por cima das águas...


Agora que tantos lisboetas andam de nariz no ar por causa dos aviões – e em certos casos da falta deles - recordamos que Lisboa teve em tempos dois aeroportos (2), construídos em simultâneo no final dos anos 30 do século passado: o nosso conhecido Aeroporto da Portela e o Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo, destinado aos hidroaviões transatlânticos.
A ideia era a complementaridade. Lisboa, cidade mais ocidental da Europa, receberia os voos transatlânticos do continente americano e distribuiria depois, a partir da Portela - a 3 km de Cabo Ruivo -, o tráfego para a Europa.
Há quem conte que tudo nasceu de um encontro em Novembro de 1933, entre Charles Lindbergh e o almirante Gago Coutinho, os conquistadores das travessias do Atlântico Norte e Sul, e que a Pan American Airways esteve na origem do empreendimento.
O primeiro voo para o Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo aconteceu em 29 de Junho de 1939; os voos comerciais dos hidroaviões foram desativados após a II Guerra Mundial.
Fascinante é que há imagens PARA VER AQUI dessa fantástica coabitação entre hidroaviões e canoas do Tejo. 
Agora imaginem quantos romances de espionagem, de acção e de amor poderão ter embarcado e desembarcado em Cabo Ruivo. Será que os passageiros do voo de Casablanca, em 1941, desembarcaram em Lisboa e depois seguiram para a América de hidroavião a partir de Cabo Ruivo? Mas esses, se perdessem a ligação, teriam sempre Paris... 

quarta-feira, julho 23, 2014

Arte urbana para levar para casa

A Zest – Books for Life vai lançar no último dia deste mês um álbum fotográfico de Street Art da cidade de Lisboa.
São no essencial pinturas urbanas de 2012 e 2013, num total de 188 murais, reunindo trabalhos de notáveis artistas nacionais e internacionais, de dimensões mínimas e de vasta escala, criadas por diversas gerações de autores, com técnicas e discursos totalmente distintos.
O lançamento está marcado para o dia 31, na LX Factory (Livraria Ler Devagar) –, às 18h 30, com pintura ao vivo por Vanessa Teodoro.
O Beco das Barrelas tem todo o gosto em antecipar a publicação de uma das mais sugestivas pinturas reunidas no volume de Street Art da cidade de Lisboa, da autoria do artista Alexandre Farto Vhils.
O volume inclui o mapa com a localização das 188 pinturas urbanas recenseadas: 
a pintura de  Alexandre Farto Vhils  encontra-se na Travessa das Merceeiras, na antiga freguesia da Sé. 

domingo, julho 13, 2014

Ar livre

Esplanada do Torel
Lisboa, a cidade das belas vistas, tem espaços abertos e esplanadas para viver o lazer ao ar livre.
Toda a cidade convida a estar-se bem, à sombra, gozando a vista, o sol, a sombra, o ar livre. Vistas panorâmicas e pequenos ambientes mais exclusivos, em Lisboa há sempre  ar livre .

Martim Moniz

Está-se bem em Lisboa, ao ar livre. 
É só escolher:

- Ribeira das Naus
- Praça do Comércio
- Padrão dos Descobrimentos
- Docas de Santo Amaro
- Quiosque da Av. da Liberdade
Linha d'Água

- Miradouro de S. Pedro de Alcântara
- Esplanada do Torel
- Esplanada da Graça
- Portas do Sol
- Jardim do Tabaco
- Pátio do Siza
- Praça do Município
- Brasileira e Benard 
- Miradouro de Santa Catarina
Brasileira
- Príncipe Real
- Quiosque do Camões
- Largo do Carmo
- Linha d´Água, Parque Eduardo VII
- Café Lisboa, Largo de São Carlos
- Café no Chiado
- Café Nicola, Rossio
- Pastelaria Suíça, Rossio
Benard
- Rua Nova do Carvalho
- Quiosque da Praça D. Luís
- Cais do Gás, Cais do Sodré
- Mercado da Ribeira
- O das Joanas, Intendente
- Centro Cultural de Belém
- Esplanadas da Alameda dos Oceanos
- etc., etc., etc.
Fotos Beco das Barrelas / D.R. 

sexta-feira, julho 11, 2014

Nova Santa Engrácia na Ribeira das Naus


Foram as infindáveis obras do Metro na Praça do Comércio – com parte da cidade a afundar-se -, as obras infindáveis na própria Praça, as obras no Ministério das Finanças, as obras infindáveis da requalificação da Zona Ribeirinha – no dia da conclusão da primeira fase foi anunciado o arranque da segunda fase -, foi o desvio do trânsito da Ribeira das Naus para a Rua do Arsenal e Bernardino Costa, mais as obras na estátua do próprio D. José e as obras no Arco da Rua Augusta, foi o avanço sobre o rio com criação de um espaço verde e de uma pequena praia…

A zona da Praça do Comércio e respectivas redondezas está em obras há perto de duas décadas. Só a ligação do Metro da Baixa-Chiado a Santa Apolónia – inaugurada em 19 de Dezembro de 2007, pelos sucessivos atrasos na Praça do Comércio -, demorou 11 anos. Foi agora anunciado que o trânsito na Avenida Ribeira das Naus, cortado em Abril, será retomado em Setembro mas com muitas restrições. As obras não acabaram…

Corta o trânsito, desvia o trânsito, interrompe o trânsito, condiciona o trânsito, engarrafa o trânsito… Talvez no final de tudo isto – a haver um final – a Cidade e os lisboetas ganhem com tanta obra, tanta interrupção, tanta demora e tanto atraso. Mas que Lisboa e os lisboetas penaram, lá isso penaram!

Um inquérito da agência Lusa no local, publicado nos jornais, revela que os comerciantes e residentes na zona estão divididos: uns criticam o caos no trânsito na Ribeira das Naus; mas outros acreditam que no final vai ser bom para o turismo.
Texto e fotos Beco das Barrelas / D.R. 

terça-feira, julho 08, 2014

Há Festa no Intendente

Duas ruas correndo paralelas à Avenida Almirante Reis, a dos Anjos, a norte do Largo, a do Benformoso, para sul, duas travessas transversais, a do Cidadão João Gonçalves, a poente, a do Maldonado, a nascente, e aqui vai o Intendente, bairro em festa até 27 de Julho. Às sextas, sábados e domingos, agora é no Largo do Intendente.


Já houve Conexão Lusófona, com António Zambujo, Lura, Paulo de Carvalho, Couple Coffee, Calema, Patche di Rima, Projeto Kaya, Laloran Tasi Timor. Seguem-se os Dead Combo. Mais lá para diante apresenta-se a Orquestra Libertina de Lisboa.
O Intendente é hoje um bairro, entre Arroios e a Mouraria, com vida própria, comércio multicultural – da Loja da Viúva Lamego à mercearia indiana, do vestuário africano à Loja dos Cahpéus -, vida associativa – do Intendarte ao Sport Clube Intendente -, cultura e lazer, restauração – Cova Funda e Oh Nesta Mente - e bares: Bar Securas, Bar Ferro Velho, Josephine Bistrô, Cantinho do Benformoso, Horiginal, Catch Up, Bar Palma, Bar Sarriá, Bar Tominho.
 
Quanto ao programa das festas no Largo do Intendente é como se segue:
11 julho (22h00) Dead Combo
12 julho (23h00) Valete, Halloween
18 julho (22h00) Mandela Day com Carlos Barretto, In Loko Band e convidados Selma Uamusse, Melo D e General D
19 julho (22h00) Orquestra Libertina de Lisboa e convidados JP Simões e Susana Travassos
25 julho (22h00) O Barbeiro do Intendente com Ana Sofia Varela, Anita Guerreiro, Carla Galvão, José Miguel Vitorino, Manuel João Vieira e Tânia Alves

26 julho (22h00) Uma Noite de Verão da Amor Fúria com Asterisco Cardinal Bomba Caveira, Capitães da Areia, Manuel Fúria e os Náufragos, Pedro Lucas.

Texto João Francisco
fotos da Joana Francisca / D. R. 

sexta-feira, julho 04, 2014

Um homem na cidade, no País e no Mundo

Agarro a madrugada
como se fosse uma criança,
uma roseira entrelaçada,
uma videira de esperança.
Tal qual o corpo da cidade
que manhã cedo ensaia a dança
de quem, por força da vontade,
de trabalhar nunca se cansa.
Vou pela rua desta lua
que no meu Tejo acende o cio,
vou por Lisboa, maré nua
que desagua no Rossio.
Eu sou o homem da cidade
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.

Vou pela estrada deslumbrada
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresce na vela da canoa.
Sou a gaivota que derrota
tudo o mau tempo no mar alto.
Eu sou o homem que transporta
a maré povo em sobressalto.


E quando agarro a madrugada,
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada,
um malmequer azul na cor,
o malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém,
o malmequer desta cidade
que me quer bem, que me quer bem.

Nas minhas mãos a madrugada
abriu a flor de Abril também,
a flor sem medo perfumada
com o aroma que o mar tem,
flor de Lisboa bem amada

que mal me quis, que me quer bem!

Poema de José Carlos Ary dos Santos
Música de José Luís Tinoco
Álbum - Um Homem na Cidade

4 de Julho, 17 horas, homenagem a Carlos do Carmo na CML

quinta-feira, julho 03, 2014

Dois anos a blogar por Lisboa

O blogue Beco das Barrelas completou dois anos de publicação. Nascemos em Julho de 2012, na sequência de um passeio por Alfama.

«E se fizéssemos um blogue?» perguntámos a nós próprios, contemplando a série magnífica de vistas que tínhamos recolhido no bairro.

Fizemos um blogue ao qual decidimos chamar Beco das Barrelas, um dos recantos que visitámos naquele dia de Julho, com mais sol e mais calor que este ano.

De então para cá publicámos 326 mensagens, para as quais recebemos mais de 55 mil visualizações e centena e meia de comentários.

Fomos visitados em 52 países de cinco continentes. Os países com mais visitantes foram, por esta ordem: Portugal, Estados Unidos, Brasil, Rússia, Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, China e Canadá. Também fomos visitados em Angola, Moçambique, Macau e Timor-Leste. Mas também na Dinamarca, Suécia e Noruega, no México, Panamá, Colômbia, Venezuela, Chile e Argentina, na Tunísia e Suazilândia, em Israel e nos Emirados Árabes Unidos, em Singapura, Paquistão, Índia, Coreia do Sul, Indonésia, Malásia e Japão. E na Austrália.

As mensagens com maior número de visitas foram, por esta ordem, as seguintes:

Burras assadas é no Beco dos Surradores

O Outono do general 

Blimunda encontra Gabriela… em Lisboa

Histórias que os filmes contaram sobre Lisboa

A primeira greve em Portugal foi em Lisboa em 1849...

Há 25 anos ardeu o coração de Lisboa - Fotos de Luís Manuel Vasconcelos

Os navegadores mais utilizados pelos visitantes para visualização do Beco das Barrelas foram: Internet Explorer, Chrome, Firefox e Safari. Os sistemas operativos mais correntes: Windows, Macintosh, Linux, iPad, iPhone, Android.

Ao completar dois anos, prometemos continuar a amar Lisboa e a blogar. Visitem-nos. 

quarta-feira, julho 02, 2014

SOPHIA E LISBOA

Digo:
"Lisboa"
Quando atravesso - vinda do sul - o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do meu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas -
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
- Digo para ver

Sophia de Mello Breyner Andresen
Fotos Beco das Barrelas / D.R. 


BECO DAS BARRELAS: 
DOIS ANOS NA BLOGOSFERA

Segunda-feira, 2 de Julho de 2012

Olá, cá estamos nós. 

Este é um blogue para quem ama Lisboa.

Vamos encontrar-nos. Aqui. 
Até já!