quinta-feira, janeiro 29, 2015

Câmara de Lisboa lança a escada para o Castelo

Novo funicular, elevador, escadas rolantes, escadarias e escadotes provisórios de madeira, Lisboa tem 3 milhões para «atenuar as barreiras impostas pela topografia do terreno», como diz o vereador do urbanismo, ou seja, para vencer as colinas e levar os turistas mais depressa mais acima. O resultado vai ser desastroso para o comércio que ficar pelo caminho, embora o vereador entenda que as colinas de Lisboa são «fatores de exclusão social e de isolamento territorial».
O projeto, que retoma propostas em tempos apresentadas pela Câmara e chumbadas pela população, prevê três percursos:
- Um funicular que ligará a Rua dos Lagares à Calçada da Graça, interligado com o eléctrico 12, que sobe o Martim Moniz pela Calçada de Santo André até à Sé;
- Três lanços de escadas rolantes na Mouraria, entre o Martim Moniz e a Rua Marquês da Ponte de Lima, mais escada provisória de madeira, junto à cerca Fernandina;
- Um elevador com capacidade para 12 passageiros, ligando o Campo das Cebolas à Sé.

O presidente da Junta da mega-freguesia de Santa Maria Maior – que engloba as antigas freguesias do Sacramento, Mártires, Santa Justa, São Nicolau, Madalena, Sé, Socorro, Santiago, Castelo, Santo Estevão, São Miguel, São Cristóvão e São Lourenço – entende que estas infraestruturas serão «muito benéficas» para os fregueses mais idosos e para os turistas, «alguns ainda se perdem no caminho para o Castelo de São Jorge».
O executivo municipal terá de aprovar a realização de estudos relativos à instalação destes meios mecânicos de mobilidade. Após a realização destes estudos, a Direcção-Geral do Património Cultural terá de emitir um parecer favorável.
Fotos Beco das Barrelas

quarta-feira, janeiro 28, 2015

Por aqui correram águas livres

Um novo troço subterrâneo do Aqueduto das Águas Livres pode ser visitado e percorrido a partir de Março, entre a Casa do registo, anexa ao Reservatório da Mãe d’Água, no Jardim das Amoreiras, até ao Reservatório da Patriarcal, no Príncipe Real. O novo troço subterrâneo tem uma extensão de 1,6 quilómetros, acompanhando o percurso da Rua da Escola Politécnica, e liga com aquele que segue para o Miradouro de São Pedro de Alcântara.
Estas galerias que foram recuperadas e já podem ser visitadas constituíam parte do sistema do Aqueduto das Águas Livres, construído entre 1731 e 1799, que resistiu ao Terramoto de 1755.

Troço do Aqueduto derrubado em 1950
para construir a Avenida Infante Santo
Segundo informação disponível no site do Museu da Água, «o trajeto escolhido coincidia, em linhas gerais, com o percurso do antigo aqueduto romano».
No total, o sistema do Aqueduto das Águas Livres, dentro e fora de Lisboa, atingia cerca de 58 km de extensão em meados do século XIX, tendo as suas águas deixado de ser aproveitadas para consumo humano a partir da década de 60, do século XX.

O Museu da Água promove e dinamiza visitas livres e guiadas à arcaria do vale de Alcântara. Os troços subterrâneos podem ser visitados mediante marcação. 

segunda-feira, janeiro 26, 2015

Um museu ao ar livre

Nomen, Av. Conselheiro Fernando Sousa, 2012



Na capital portuguesa, a arte urbana floresce por toda a parte, constata a organização Sortir Paris que tem por objetivo a promoção do turismo pessoal e à medida. Arte urbana por toda a parte, nas docas, no muro de um hospital psiquiátrico, nos caixotes do lixo, observa a organização em relação a Lisboa.


Jaime Ferraz, Rua das Murtas, 2013


Lisboa não é só o amarelo dos carros elétricos, o azul dos azulejos, como não é só a voz dramática de Amália e as melodias populares dos fados, constatam conselheiros da organização, sugerindo que é tempo de descobrir a face contemporânea da cidade que, apesar da crise, dá prova de um dinamismo criativo incrível.

As observações dos conselheiros de Sortir Paris estão publicadas no endereço eletrónica da organização. Aí se reporta a existência e o trabalho do Gabinete de Arte Urbana da Câmara de Lisboa, sublinhando que a instituição promoveu a existência de um grande museu ao ar livre na cidade, com um conjunto de realizações ambiciosas como sejam as pinturas dos muros da Rua das Murtas, que ladeia o Hospital Júlio de Matos, de edifícios da Avenida Fontes Pereira de Melo, do Chão do Loureiro ou da Calçada da Glória.

Ao longo de seis anos, o Município e o GAU entraram no jogo, disponibilizando muros e contentores. Sortir Paris assinala também a publicação de um guia da chamada Street Art, editado pelo GAU e publicado pelas edições Zest.

A arte urbana de Lisboa é já um indesmentível fator de promoção turística e artística da cidade de Lisboa.  

Veja aqui:



sábado, janeiro 24, 2015

Maxime muda de sítio e de nome

O Maxime na fase mais decadente da decadência
O Maxime vai mudar de sítio e de nome. E para o sítio do extinto Maxime, na esquina da Praça da Alegria, nº 58, vai mais um hotel.
O sítio para o novo Maxime já existe e já foi apresentado por Manuel João Vieira no Diário de Notícias e será num armazém ribeirinho do Cais de Sodré já em obras. Segundo a apresentação de Manuel João Vieira, os nomes para o novo Maxine estão numa lista de opções que incluem: Maxime sur Mer, Titanic, Minime, Maximus Circus, Texas Sodré. Pode ser um destes nomes ou outro nome qualquer, a votação está a decorrer no Facebook. Mas, Simplesmente Maxime é hipótese excluída.
Porque Maxime continuará a existir como nome de algo que continuará a funcionar na esquina da Praça da Alegria, possivelmente como parte, ou todo, Real Maxime é hipótese para o tal hotel.
Maxime veio de Maxim’s, o cabaré que existia no Palácio Foz – e não no lugar “onde é atualmente o Palácio Foz”, como alguém escreveu, insinuando que antes do palácio já existia o cabaré. O Maxim’s existia e está ainda hoje em muitas das histórias do Repórter X, a par do Ritz, que também funcionou no Palácio Foz – que foi uma animação pegada antes de enveredar pela SNIlidade. Também existia o Bristol, na Rua Eugénio dos Santos e nas histórias de Reinaldo Ferreira – não o poeta mas o pai, o jornalista, Repórter X. 

Itinerário da boémia lisboeta nos anos 20: 
Club dos Restauradores 
ou Maxim’s, Restauradores, 43
Petit Foz Ritz Club, Restauradores, 27
Bristol Club, Rua Jardim do Regedor, 7
Clube dos Patos, Largo do Picadeiro, 10
Monumental Club, Rua Eugénio dos Santos, 58
Palace Club, Rua Eugénio dos Santos, 89-91
Club Mayer, Rua do Salitre, 1
Alster Pavillion, Rua do Ferregial, 38-40
Regaleira Club, Largo de S. Domingos, 14-15
Club Montanha, Rua da Glória, 57

Salão Alhambra, Parque Mayer

Juca, o motorista de táxi de serviço às novelas do Repórter X, conhecia os itinerários. 

Havia uma espécie de região demarcada da boémia, centrada na Avenida da Liberdade e Restauradores, e que seguia pela Rua Barros Queiroz – e não Rua Tomé de Barros Queirós, como alguém escreveu. Um ministro da I República, Tomé de Barros Queirós, deu nome à artéria, mas a toponímia omite o nome próprio Tomé; o nome completo era também o do cantor e empresário marido da cantora Mimi Gaspar. 
 O Olympia, da Rua dos Condes, não era o cinema Olimpia mas o bar Olympia, aliás associados; o Clube Mayer, na Avenida da Liberdade, onde é agora o Consulado de Espanha, não era o Parque Mayer; O Clube Montanha na Rua da Glória nâo era um clube de montanhismo; e havia o Clube Internacional na Rua 1º de Dezembro; o Clube das Avenidas, na Avenida da República, esquina com a Elias Garcia; o Clube Moderno, na Almirante Reis. 
Michael Imperioli no cartaz do Maxime

Lisboa, nos frenéticos anos loucos, era uma liga de clubes. O Maxime da Praça da Alegria tinha à porta Jaimery, um gentleman praticante da luta livre adaptado a funções de segurança.  

Está previsto que o sucedâneo do Maxime, agora sur Tejo, abra lá para Abril ou Maio. 

sexta-feira, janeiro 23, 2015

Lisboa candidata a melhor destino europeu

Eleita Melhor Destino Europeu na primeira edição destes prémios, Lisboa é  novamente candidata à vitória ao lado de 19 cidades.
O prémio European Best Destinations, dos mais prestigiados na Europa, é organizado pela European Consumers Choice, organização sem fins lucrativos de consumidores e especialistas no sector do Turismo.

A votação está a decorrer onlinehttp://www.europeanbestdestinations.com/vote, até ao dia 10 de fevereiro.
Lisboa concorre contra algumas das cidades mais visitadas da Europa como o Amesterdão, Istambul, Barcelona, Madrid, Paris, Roma, Praga, Berlim ou Londres.
No site do concurso, Lisboa é apresentada como uma cidade iluminada, marcada pela vizinhança com o rio Tejo, que transforma a capital num espelho de mil cores, pela arquitetura das ruas nos bairros populares, a vida nocturna, os miradouros, os jardins e a gastronomia.
Fotos Beco das Barrelas

sexta-feira, janeiro 16, 2015

Demolição sobe à cena no Teatro ABC

A Câmara de Lisboa vai avançar com a demolição do Teatro ABC, localizado no Parque Mayer e que se encontra já em ruínas. Independentemente do destino do Parque, que nunca mais se resolve, o ABC vai dar lugar a um parque de estacionamento da EMEL. Não podia ser mais triste o destino de um teatro e o destino do Parque também não vislumbra nada de bom na decisão de meter mais automóveis no seu espaço.
O ABC foi inaugurado nos anos 50 e teve o seu maior fulgor com o empresário Sérgio de Azevedo. Pela sua mão, o teatro de revista enriqueceu-se com nomes como os de João Perry, Nicolau Breyner, Rui Mendes, Maria do Céu Guerra. A grande Ivone Silva fez no ABC boa parte da sua carreira. E ali estava, na noite de 25 de Abril de 1974, a celebrar com toda a companhia o seu aniversário, depois dos ensaios, no Chico Carreira.


No Parque, de momento, apenas o Maria Vitória se tem mantido em atividade. A inauguração do Teatro Raul Solnado, no antigo Capitólio recuperado, tem-se atrasado. O Variedades está de portas fechadas.

Não fica bem a ninguém, por nenhum motivo, nunca, deitar abaixo um teatro. 

Texto e fotos Becos das Barrelas

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Circulação automóvel: regra e exceções

Os automóveis com matrículas anteriores a 2000 e a 1996 passam a estar proibidos de circular entre as 7h e as 21h dos dias úteis no centro da cidade .
Excetuam-se a estas restrições os veículos de emergência, históricos, de residentes, de polícia, militares, de transporte de presos, blindados de transporte de valores, os carros a gás natural, GPL e os motociclos. Os táxis terão um período de exceção até 30 de Junho.


As restrições de circulação para os carros com matrículas anteriores a 2000 dizem respeito à zona 1, que vai do eixo da Avenida da Liberdade à Baixa (limitada a norte pela Rua Alexandre Herculano, a sul pela Praça do Comércio e abrangendo a zona entre o Cais do Sodré e o Campo das Cebolas). Já os carros com matrículas anteriores a 1996 ficarão impedidos de circular na zona 2 (definida pelos limites Avenida de Ceuta, Eixo Norte-Sul, Avenidas das Forças Armadas, dos Estados Unidos, Marechal António Spínola, do Santo Condestável e Infante D. Henrique).
Estas restrições de circulação enquadram-se na terceira fase das Zonas de Emissões Reduzidas.
Fotos Beco das Barrelas

quarta-feira, janeiro 14, 2015

Torres e torres erguendo...

Será que o Sheraton vai ter uma torre gémea?
Uma foto aérea com a simulação de um edifício de 17 andares construído no gaveto da Avenida Fontes Pereira de Melo com a Avenida 5 de Outubro, publicada no Facebook pela Associação de Moradores das Avenidas Novas, mostra a perspetiva sombria que se apresenta para aquele ponto da cidade de Lisboa: em mais um troço da Fontes Pereira de Melo deixará de brilhar o sol. A conjugação dos edifícios Imaviz, Sheraton, Forum Picoas e Saldanha Residence projetará sobre a Avenida uma zona permanentemente sombria.
E isto a troco de erguer “um emblema de futuro” e "atrair empresas" que têm deslocado a sua atividade para fora de Lisboa. As empresas talvez regressem, para entupir mais ainda a cidade, mas o sol não voltará. E o futuro não é necessariamente uma torre de escritórios e comércio. O futuro mais propriamente reside na vizinha Maternidade Alfredo da Costa.
A Associação de Moradores das Avenidas Novas contestou a construção da torre que é igualmente posta em causa numa petição que corre na internet. A petição frisa que “este conjunto irá esmagar visualmente o contíguo Museu Anastácio Gonçalves” e “implicará naturalmente um enorme aumento de tráfico de carros numa zona já com intenso movimento”.
O local previsto para a construção da torre está integrado na Zona de Proteção do Metro, Zona de Proteção da Maternidade Alfredo da Costa, Zona de Proteção da Casa de Malhoa/Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves e Zona de Intervenção do Aeroporto de Lisboa. Mas nenhuma destas condicionantes foi suficiente para que a Direção-Geral do Património Cultural, a Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo e o Metropolitano de Lisboa emitissem pareceres desfavoráveis à execução da obra.
Texto e foto Beco das Barrelas 

terça-feira, janeiro 13, 2015

Sai mais uma pastelaria para o Chiado

O estabelecimento da Casa da Sorte, na esquina da Rua Garrett com a Rua Ivens, vai dar lugar a uma pastelaria. Onde os lisboetas até agora se habilitavam à taluda e seus sucedâneos – totobola, totoloto, euromilhões, raspadinha, etc. – vão passar a poder servir-se de doces, designadamente doces conventuais da região de Alcobaça. O estabelecimento que vai suceder à Casa da Sorte no Chiado é o primeiro balcão em Lisboa da pastelaria Alcôa, uma casa tradicional da região dos Monges de Cister. Fradinhos, bolinhos de gema, delícias de amêndoa, torrão da abadessa e também os  pastéis de nata tomam a partir de agora o lugar dos bilhetes, décimos e vigésimos da lotaria e dos impressos dos outros jogos de sorte e azar.

Até pela tradição cultural que tem a nova casa que vai instalar-se na esquina da Garrett com a Ivens, espera-se que aos exteriores e interiores da Casa da Sorte – projecto de arquitectura de Conceição Silva e azulejos de Mestre Querubim Lapa - lhes saia pelo menos a sorte grande. 
Texto e fotos Beco das Barrelas

segunda-feira, janeiro 12, 2015

Intolerância, estupidez e um fósforo

Uma pobre de espírito pretensiosa escreve no Observador, jornal online, contra os grafiti que, deliberada e tendenciosamente, mistura com a chamada street art, num chorrilho de lugares comuns traduzidos da língua original da articulista para português.
A palavra é livre até mesmo para dizer e escrever baboseiras. Mas no final do texto a autora revela a verdadeira índole quando escreve:
«Nobilitar a sua arte [a chamada arte urbana, entenda-se] é como nobilitar as tralhas que se encontram numa feira suburbana de artesanato, tralhas como aquelas coisas de malha na forma de uma boneca, com vestido grande, para cobrir rolos de papel higiénico».
E acrescenta:
«Mas espere, pensando bem, talvez fosse preferível nobilitar aquelas coisas de malha na forma de uma boneca para cobrir os rolos de papel higiénico, porque ao menos eu poderia sair a meio da noite e pôr-lhes um fósforo. Desapareciam num instante».

Nem mais, nem menos: «pôr-lhes um fósforo»! O espírito de pegar fogo aquilo de que não se gosta, ou com que não se concorda, já foi usado na História para queimar livros, em Berlim, ou para assassinar cartoonistas, em Paris. Mais recentemente, houve um caso de fogo posto na redação do Hamburger Morgenpost. E com este texto, e os complementos dos seus leitores que subescrevem améns no texto em questão, lá se vai tudo quanto a colunista papagueou em relação ao atentado contra o Charlie Hebdo.

Os comentários que o texto da pobre de espírito suscitam aos leitores do Observador, e que o Observador acolhe, são de grande transparência, especialmente quando associam toda esta “problemática” à cor da pele do presidente da Câmara de Lisboa.

Conviria talvez que a colunista - que, tanto quanto dá a entender, nem sequer está a viver e a opinar no seu país - se tivesse informado sobre dados reais, que existem, acerca do papel que a arte urbana tem tido em alguma contenção e recuo do vandalismo sobre as paredes da cidade. Mas a colunista – que identifica os autores de pichagens nas paredes como «anarquistas e comunistas», no mais puro estilo mcarthista - tem ideias mais profundas e objectivos mais radicais que culminariam, provavelmente, numa grande fogueira inquisitorial.
Texto e fotos Beco das Barrelas

sábado, janeiro 10, 2015

Trazias de Lisboa


Trazias de Lisboa o que em Lisboa
é um apelo do mar: um mais além.
Trazias Índias e naufrágios. Fado e Madragoa.
E o cheiro a sul que só Lisboa tem.
Trazias de Lisboa a velha nau
que nos fez e desfez (em Lisboa por fazer).
Trazias a saudade e o escravo Jau
pedindo por Camões (em Lisboa a morrer).

Trazias de Lisboa a nossa vida
parada no Rossio: nau partida
em Lisboa a partir (Ó glória vã
não mais não mais que uma bandeira rota).
Trazias de Lisboa uma gaivota.
E era manhã.

Manuel Alegre, Obra Poética. 
Publicações Dom Quixote, 1999
Fotos Beco das Barrelas


sexta-feira, janeiro 09, 2015

Casario
























Em Lisboa 

eu prefiro o casario
que se narcisa visto da outra banda
no espelho às vezes turvo deste rio
na limpidez do rio às vezes branda
é entre o mar da palha e o bugio
que o renque das fachadas se desmanda
em tons de porcelana ao desafio
em cada patamar, cada varanda
e a luz de água e azul a derramar-se
vem envolver-lhe o vulto reflectido,
dar-lhe o contraste de uns ciprestes, dar-se
como um banho lustral e desmedido
(...)
Vasco Graça Moura, Poesia 
Quetzal Editores, 2000
Fotos Francisco,
Beco das Barrelas

quarta-feira, janeiro 07, 2015

Arte urbana portuguesa no topo do mundo

O artista urbano Alexandre Farto, mais conhecido por Vhils, figura na lista dos 30 Mais com menos de 30 anos de idade da revista norte-americana Forbes. Vhils está na lista da Forbes a par de outros dois portugueses, o futebolista Cristiano Ronaldo e a investigadora em cuidados de saúde Maria Nunes Pereira, sendo o mais novo dos três na lista da Forbes.
Alexandre Farto, que assina como Vhils, surge na lista "Art and Style" [Arte e Estilo].
O sítio da Forbes na Internet assinala que Alexandre Farto "fez murais em mais de 50 cidades de todo o mundo", sendo que a maioria "mostra rostos, feitos com uma técnica que combina escavação e pintura".
A Forbes recorda a exposição a solo do artista português, "Dissecação/Dissection", que esteve patente em Lisboa, no Museu da Eletricidade, e "atraiu mais de 65 mil visitantes em três meses" de 2014. A revista menciona ainda o vídeo que Vhils fez para a banda irlandesa U2.
A Forbes assinala que o futebolista de 29 anos joga no Real Madrid, sendo o segundo atleta mais bem pago do mundo, com 80 milhões de dólares em 2013.

Maria Nunes Pereira, de 29 anos, que atualmente desenvolve a sua atividade em Paris, foi a primeira portuguesa a integrar a lista de inovadores com menos de 35 anos da revista norte-americana MIT Technology Review, do Massachusetts Institute of Technology.
Ver e ler mais sobre Vhils aqui 

Murais portugueses entre os melhores do mundo
Pinturas murais de Artur Bordalo, que assina Bordalo II, Sérgio Odeith e Alexandre Farto, Vhils, figuram na lista da melhor arte urbana de 2014, selecionada pelo movimento internacional "I Support Street Art", que sustenta a página da Internet www.isupportstreetart.com.
Bordalo II: Paisagem ribeirinha de Lisboa
Os melhores murais de 2014 são de artistas urbanos da Argentina, Estados Unidos, Canadá, Polónia, Reino Unido, Grécia, Suíça, Espanha,  Itália, Irão, África do Sul e Portugal.
Estas duas notícias dão toda a razão à escolha do blogue Beco das Barrelas que seleccionou a explosão da arte em Lisboa como o acontecimento de maior relevância na cidade no ano de 2014. 

terça-feira, janeiro 06, 2015

Olhá a polícia sinaleira

O sinaleiro de Lisboa chegou a ser uma espécie em vias de extinção. Mas a tradição voltou a ser o que era, até porque parece ser do mais elementar bom senso que um polícia sinaleiro faz mais pela regulação do trânsito do que todos os semáforos da cidade. 
De maneira que ai estão a ressurgir os sinaleiros de Lisboa. Mas para que não se diga que nada mudou, aí está a primeira mulher polícia sinaleira.

Chama-se Andreia Ambrósio, tem 25 anos, foi militar da Força Aérea, agora regula o trânsito no cruzamento da Rua da Escola Politécnica com a Rua de São Mamede. Recebeu formação na PSP, ministrada por um sinaleiro experimentado que aliás ainda está no activo na zona de Belém.












Antigamente, teria canção. Mas a canção era de género masculino:

Olha o polícia olha o Polícia
Olha o Polícia sinaleiro
Ó passa agora pois se não passa
Fica sem carta e sem dinheiro.

Texto e fotos Beco das Barrelas 

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Patriarca de Lisboa chega a Cardeal

Sé de Lisboa
O Papa Francisco vai nomear 20 novos cardeais, entre os quais o Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente. O Vaticano anunciou que o Papa vai criar em Fevereiro 20 novos cardeais provenientes de Portugal, Cabo Verde e também Espanha, Itália, Etiópia, Nova Zelândia, Vietname, México, Birmânia, Tailândia, Tonga, Uruguai e Panamá.
Entre os 20 novos cardeais, 15 serão cardeais eleitores, como será o caso do cardeal português. Segundo o Código de Direito Canónico, os cardeais eleitores "constituem um colégio peculiar, ao qual compete providenciar à eleição do Romano Pontífice”, o Papa.
Manuel Clemente, de 66 anos, tomou posse como o 17.º Patriarca de Lisboa em Julho de 2013, sucedendo a José Policarpo, resignatário desde 2011, quando completou 75 anos.
Texto João, foto Francisco, 
Beco das Barrelas

domingo, janeiro 04, 2015

Plano para o frio sem-abrigo

Já lá vai o mau tempo frio. É pelo menos o que se depreende da decisão da CML de desativar o plano de contingência para os sem-abrigo devido ao frio, perante as previsões que apontam para uma melhoria das condições climatéricas nos próximos dias. O Plano de Contingência para as Pessoas Sem-Abrigo perante Tempo Frio tinha sido ativado na segunda-feira da semana passada devido à “expetativa de vários dias de temperaturas baixas”.
Durante os dias mais frios da semana passada foram atendidas 41 pessoas e servidas 90 refeições, segundo o gabinete de comunicação da Câmara Municipal de Lisboa. De acordo com o vereador responsável pela proteção civil o frio intenso da semana passada levou 239 homens e 30 mulheres sem-abrigo ao pavilhão do Casal Vistoso.

Retrato da cidade sem-abrigo

A cidade é um chão de palavras pisadas
A Cidade, José Carlos Ary dos Santos

Em Dezembro de 2013,  a cidade de Lisboa tinha recenseadas 852 pessoas sem-abrigo, na sua maioria homens, portugueses, solteiros e sem fontes de rendimento, segundo um levantamento da Santa Casa da Misericórdia.
Na contagem, realizada a 12 de Dezembro de 2013, foram sinalizados 509 pessoas sem-abrigo na rua e 343 que dormiram em Centros de Acolhimento nessa noite.
As freguesias de Santa Maria Maior (antigas freguesias de Mártires, Sacramento, Santa Justa, São Nicolau, Madalena, Sé, Socorro, São Lourenço, São Cristóvão, Santiago, Castelo, São Miguel e Santo Estevão) e do Parque das Nações registaram a maior concentração, com 83 pessoas cada, seguidas de Santo António (Coração de Jesus, São José e São Mamede), com 64.
Segundo a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na origem da situação de exclusão estão, na maior parte dos casos, conflitos familiares e relacionais, o desemprego e a doença física ou mental.
A grande maioria dos sem-abrigo inquiridos é masculina (87%) e tem entre 35 e 54 anos (48%), seguido pelo escalão 55-64 anos (20%). A pessoa mais nova contactada tem 16 anos e a mais velha 85.
Os sem-abrigo inquiridos são maioritariamente solteiros (44,5%) e portugueses (58,4%), tendo sido registados 14,3% sem-abrigo pertencentes a outros países da União Europeia.
Quanto à educação, um terço concluiu o ensino secundário, técnico ou superior, 4,6% têm qualificações superiores e 7,7% não sabe ler nem escrever.
A grande maioria (71,8%) não tem atualmente qualquer fonte de rendimento e 68,9% recebe apoio na alimentação. Mais de 45% têm problemas de saúde.
Dos inquiridos, 54,2% dizem ter filhos, mas 36,2% não mantêm contacto em eles. Contudo, 13,8% afirmam ter contacto diário ou quase diário e 66,8% tem contactos frequentes com outros familiares.
Texto e fotos Beco das Barrelas

sábado, janeiro 03, 2015

Instantâneos de Lisboa III

Na fila 
p'ró Pessoa


"Se eu fosse outra pessoa, 
fazia-lhes, a todos, a vontade.

Assim, como sou, tenham paciência!"

Outro Pessoa, Álvaro de Campos, Tabacaria 

Foto Beco das Barrelas 

sexta-feira, janeiro 02, 2015

Frio com abrigo

Restauradores, antiga Loja do Cidadão
Cerca de 60 pessoas da população sem-abrigo de Lisboa foram atendidas nos últimos dias pelos serviços da CML, Cruz Vermelha e Santa Casa da Misericórdia. Das 60 pessoas atendidas,10 aceitaram o encaminhamento para centros de abrigo. 
A população atendida pelas instituições recebeu agasalhos, como cobertores, gorros, cachecóis e luvas – bens oferecidos pela população e recolhidos nos quarteis de bombeiros da cidade -, e usufruiu de refeições, banhos quentes e dormidas no Pavilhão Desportivo do Casal Vistoso, localizado entre o Areeiro e as Olaias.
Toda esta atividade se desenvolveu no âmbito do plano de contingência para os sem-abrigo em função das temperaturas extremamente baixas. O plano de contingência foi acionado nos últimos dias de Dezembro e poderá ser levantado nos próximos dias, dadas as previsões de subida da temperatura.
Texto e Foto Beco das Barrelas

quinta-feira, janeiro 01, 2015

Instantâneos de Lisboa - II

Anúncio numa revista de Lisboa dos anos 60





2015 

- Privatização da andorinha: 

O ninho vende a bandeira

pela melhor oferta